Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶
🔍 Você sabe o que é exoftalmia?
Essa condição, que faz o olho do cão parecer “saltado” para fora, pode indicar desde infecções até tumores graves.
Neste artigo técnico, explicamos as principais causas, como diferenciar de outras alterações oculares e quais os exames e tratamentos indicados.
Se você é tutor atento ou profissional da área, vale a leitura
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Aspectos Técnicos da Exoftalmia em Cães: Diagnóstico Diferencial e Abordagem Veterinária
A exoftalmia em cães representa uma emergência oftálmica que pode ter múltiplas causas, exigindo do clínico uma abordagem cuidadosa e criteriosa. Este texto complementar é voltado para tutores mais atentos e profissionais da área que acompanham nosso blog.
1. Compreendendo a Anatomia Orbital do Cão
A órbita canina é composta por estruturas ósseas incompletas, preenchidas por tecidos moles como músculos extraoculares, glândula da terceira pálpebra, gordura orbital, vasos e nervos. Em raças braquicefálicas, a cavidade orbital é mais rasa, o que favorece a protrusão do globo ocular mesmo diante de alterações pequenas.
2. Etiologias Comuns de Exoftalmia em Cães
3. Diagnóstico Diferencial
Ao encontrar um cão com exoftalmia, é fundamental diferenciar de outras condições:
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Proptose: Deslocamento do globo ocular para fora da órbita com comprometimento dos ligamentos — geralmente traumática.
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Buphtalmia: Aumento do tamanho do globo ocular, geralmente associado ao glaucoma.
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Quistos e massas palpebrais: Que podem empurrar o olho mecanicamente.
4. Avaliação Clínica e Exames Complementares
Exame físico:
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Palpação periorbital
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Teste de abertura da boca (dor pode indicar abscesso retrobulbar)
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Avaliação dos reflexos pupilares, secreções, movimentação ocular
Exames complementares:
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Ultrassonografia ocular: Avalia estruturas retrobulbares.
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Tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM): Avaliação tridimensional da órbita.
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Citologia aspirativa ou biópsia: Indicada em casos de suspeita neoplásica.
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Exames laboratoriais: Hemograma, proteína C reativa, exames específicos (como anticorpos anti-2M em suspeita de miosite).
5. Manejo Clínico e Terapêutico
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Casos infecciosos: Antibióticos de amplo espectro (ex: amoxicilina com ácido clavulânico), drenagem cirúrgica se houver formação de abscesso.
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Casos inflamatórios autoimunes: Corticoterapia (prednisolona ou outros imunossupressores).
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Tumores: A depender do tipo e localização, pode ser indicado exenteração orbitária, quimioterapia ou radioterapia.
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Suporte ocular: Uso de colírios lubrificantes, antibióticos tópicos e protetores oculares.
6. Quando a Cirurgia é Necessária
A remoção do olho (enucleação) pode ser necessária em casos onde:
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Há necrose ocular irreversível
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A dor é intensa e intratável
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Existe risco de comprometimento da cavidade orbitária ou do sistema nervoso central
7. Prognóstico
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Bom: Em abscessos tratados precocemente ou miosite com controle clínico.
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Reservado a ruim: Em neoplasias orbitárias invasivas ou proptose grave com avulsão do nervo óptico.
Conclusão
A exoftalmia é um sinal clínico importante e não uma doença em si. O sucesso no tratamento depende da identificação rápida da causa e da abordagem direcionada. Sempre que possível, exames de imagem avançados devem ser utilizados para evitar erros diagnósticos e iniciar o tratamento adequado.
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