terça-feira, 15 de abril de 2025

Aspectos Técnicos da Exoftalmia em Cães: Diagnóstico Diferencial e Abordagem Veterinária

Aspectos Técnicos da Exoftalmia em Cães, 

Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶

🔍 Você sabe o que é exoftalmia?
Essa condição, que faz o olho do cão parecer “saltado” para fora, pode indicar desde infecções até tumores graves.
Neste artigo técnico, explicamos as principais causas, como diferenciar de outras alterações oculares e quais os exames e tratamentos indicados.
Se você é tutor atento ou profissional da área, vale a leitura

Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶


Aspectos Técnicos da Exoftalmia em Cães: Diagnóstico Diferencial e Abordagem Veterinária

A exoftalmia em cães representa uma emergência oftálmica que pode ter múltiplas causas, exigindo do clínico uma abordagem cuidadosa e criteriosa. Este texto complementar é voltado para tutores mais atentos e profissionais da área que acompanham nosso blog.


1. Compreendendo a Anatomia Orbital do Cão

A órbita canina é composta por estruturas ósseas incompletas, preenchidas por tecidos moles como músculos extraoculares, glândula da terceira pálpebra, gordura orbital, vasos e nervos. Em raças braquicefálicas, a cavidade orbital é mais rasa, o que favorece a protrusão do globo ocular mesmo diante de alterações pequenas.


2. Etiologias Comuns de Exoftalmia em Cães




3. Diagnóstico Diferencial

Ao encontrar um cão com exoftalmia, é fundamental diferenciar de outras condições:

  • Proptose: Deslocamento do globo ocular para fora da órbita com comprometimento dos ligamentos — geralmente traumática.

  • Buphtalmia: Aumento do tamanho do globo ocular, geralmente associado ao glaucoma.

  • Quistos e massas palpebrais: Que podem empurrar o olho mecanicamente.

4. Avaliação Clínica e Exames Complementares

Exame físico:

  • Palpação periorbital

  • Teste de abertura da boca (dor pode indicar abscesso retrobulbar)

  • Avaliação dos reflexos pupilares, secreções, movimentação ocular

Exames complementares:

  • Ultrassonografia ocular: Avalia estruturas retrobulbares.

  • Tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM): Avaliação tridimensional da órbita.

  • Citologia aspirativa ou biópsia: Indicada em casos de suspeita neoplásica.

  • Exames laboratoriais: Hemograma, proteína C reativa, exames específicos (como anticorpos anti-2M em suspeita de miosite).

5. Manejo Clínico e Terapêutico

  • Casos infecciosos: Antibióticos de amplo espectro (ex: amoxicilina com ácido clavulânico), drenagem cirúrgica se houver formação de abscesso.

  • Casos inflamatórios autoimunes: Corticoterapia (prednisolona ou outros imunossupressores).

  • Tumores: A depender do tipo e localização, pode ser indicado exenteração orbitária, quimioterapia ou radioterapia.

  • Suporte ocular: Uso de colírios lubrificantes, antibióticos tópicos e protetores oculares.

6. Quando a Cirurgia é Necessária

A remoção do olho (enucleação) pode ser necessária em casos onde:

  • Há necrose ocular irreversível

  • A dor é intensa e intratável

  • Existe risco de comprometimento da cavidade orbitária ou do sistema nervoso central

7. Prognóstico

  • Bom: Em abscessos tratados precocemente ou miosite com controle clínico.

  • Reservado a ruim: Em neoplasias orbitárias invasivas ou proptose grave com avulsão do nervo óptico.


Conclusão

A exoftalmia é um sinal clínico importante e não uma doença em si. O sucesso no tratamento depende da identificação rápida da causa e da abordagem direcionada. Sempre que possível, exames de imagem avançados devem ser utilizados para evitar erros diagnósticos e iniciar o tratamento adequado.


Leia Também :

Exoftalmia em Cães e Gatos: Quando os Olhos Parecem Saltar para Fora


Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶


Nenhum comentário:

Postar um comentário