Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶
🩺 O que é a hérnia umbilical?
A hérnia umbilical ocorre quando há falha no fechamento da musculatura abdominal na região do umbigo após o nascimento, permitindo que gordura ou até alças intestinais fiquem salientes sob a pele, formando um "carocinho".
Hérnia Umbilical em Cães: Abordagem Clínica, Diagnóstico e Tratamento
Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior – CRMV-SP 23098
Resumo
A hérnia umbilical é uma afecção congênita comum em cães, caracterizada pela persistência do anel umbilical após o nascimento, resultando em protrusão de conteúdo abdominal pela região umbilical. Este artigo aborda os aspectos clínicos, etiopatogenia, diagnóstico, tratamento e prognóstico dessa condição, destacando a importância do manejo cirúrgico precoce para prevenir complicações como encarceramento e estrangulamento de alças intestinais.
1. Introdução
Hérnias umbilicais são defeitos na parede abdominal na região do umbigo, permitindo a protrusão de órgãos abdominais ou gordura através de um anel umbilical não completamente fechado. Afetam principalmente filhotes e estão entre as hérnias mais comuns na clínica de pequenos animais.
2. Etiologia
A origem da hérnia umbilical pode ser:
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Congênita (mais comum) – geralmente de origem genética, especialmente em raças predispostas como Poodle, Beagle, Shih Tzu e Airedale Terrier.
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Adquirida – menos comum, pode ocorrer por trauma ou aumento de pressão intra-abdominal em neonatos.
A falha no fechamento do anel umbilical após o desprendimento do cordão umbilical permite o surgimento da hérnia.
3. Sinais Clínicos
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Inchaço mole ou firme na região umbilical
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Pode ser redutível (ao toque, volta para dentro) ou não redutível
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Em casos complicados: dor, vômito, anorexia e distensão abdominal (indicando possível estrangulamento)
4. Diagnóstico
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Exame físico: palpação do anel umbilical e identificação de conteúdo herniado
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Ultrassonografia: auxilia na visualização do conteúdo da hérnia (gordura, intestino, omento)
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Radiografia com contraste: em casos de dúvida ou suspeita de complicações
5. Classificação
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Redutível: conteúdo retorna espontaneamente ou com manipulação
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Irredutível: conteúdo está preso, podendo indicar aderência ou encarceramento
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Complicada: com sinais de inflamação, necrose ou estrangulamento de alças
6. Tratamento
O tratamento é eminentemente cirúrgico, especialmente em casos:
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Não redutíveis
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Com sinais de complicação
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Em raças com predisposição genética
Técnica cirúrgica padrão:
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Incisão sobre a hérnia
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Liberação e avaliação do conteúdo herniado
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Ressecção de tecido inviável (se necessário)
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Fechamento anatômico em camadas (peritônio, músculo, subcutâneo, pele)
Pode ser realizada em conjunto com a castração em filhotes para evitar múltiplos procedimentos anestésicos.
7. Prognóstico
O prognóstico é geralmente excelente quando a correção cirúrgica é realizada adequadamente. Casos não tratados podem evoluir para complicações graves e risco de morte.
8. Prevenção
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Seleção genética responsável (evitar cruzamentos entre animais com histórico de hérnia umbilical)
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Acompanhamento clínico de filhotes nas primeiras semanas de vida
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Correção cirúrgica precoce quando indicada
9. Considerações Finais
A hérnia umbilical em cães, embora comum, requer atenção médica e abordagem cirúrgica criteriosa para evitar complicações. O diagnóstico precoce e a intervenção adequada garantem qualidade de vida ao paciente e tranquilidade ao tutor. O conhecimento da etiologia e dos fatores predisponentes também colabora com programas de reprodução responsável.
Referências Bibliográficas
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Fossum, T. W. (2019). Small Animal Surgery. Elsevier Health Sciences.
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Sampaio, I. B. M., et al. (2020). "Abordagem clínica e cirúrgica de hérnias em cães e gatos". Revista de Medicina Veterinária, 14(2), 102-108.
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Tobias, K. M., & Johnston, S. A. (2017). Veterinary Surgery: Small Animal. Elsevier.
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